Interior de Santiago

Dezembro 20 2011




Foi numa esquina qualquer que se encontraram o Pai Natal
e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um prédio, com o seu
saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e oferecia-se inerme,
num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.



- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que fazes por
aqui?! É a primeira vez que te vejo!



- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos à procura
de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há quem me dê
pousada.



- Pois não é de estranhar! Não vês que vens quase nu?!
Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me proteger do frio
do inverno?



- O calor com que me aqueço é o fogo do meu amor e o
afecto dos que me amam.



- Eu trago muitos presentes, para os distribuir pelas
casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?



- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os pobres
enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me acolher.
Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais despojada é a
vida humana, maior é aos olhos do Criador.



- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu venho da
Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.



- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai eterno, e vim ao
mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito Santo.



- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de ninguém que
tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não tens nenhum
animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas
renas?



- Um burrinho foi a minha companhia em Belém, e foi
também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.



- Um burro?! Não é grande coisa, para trono de um
rei…



- O meu reino não é deste mundo e a sua entrada é tão
estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que fazer pequeninos,
porque destes é o meu reino.



- E que coisas ofereces? Que tesouros tens para dar? Que
prometes?



- Trago a felicidade, mas escondida na cruz de cada dia;
trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz, mas no reverso
das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo gasto ao serviço
dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega
sacrificada.



- Pois eu trago as coisas que me pediram: jogos e
brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e poder.
Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!



- A quem me dou, quer-me sempre mais na caridade que tem
aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a mim.



- Mais um enigma! De facto, somos muito diferentes, mas
pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta noite de
consoada!



- Eu nunca estou só, porque onde estou, está sempre o meu
Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e estão aqueles
que me amam.



- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho muitas
casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.



- Eu estou à porta e bato e só entrarei na casa de quem
liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei a minha
morada.



- Pois sim, mas eu vou andando que já estou velho e
cansado …



- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo velho, renascer
comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida
eterna.



O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao telhado do
luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.



Foi então que a janela onde estava o estandarte se abriu
e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho, beijou o
reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir, encostou a
vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o Menino Jesus,
sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um tapete mágico,
levou-a consigo para o Céu.

publicado por Fermento às 11:49

Dezembro 16 2011
publicado por Fermento às 14:45

Dezembro 12 2011
publicado por Fermento às 15:54

Dezembro 12 2011


 Para o ateu moderno, acostumado a dar valor só ao que julga provado pela ciência, o milagre de Guadalupe, no México, é no mínimo constrangedor. Pois a ciência prova que houve milagre!

Valdis Grinsteins

Uma pessoa não totalmente atéia, mas profundamente contaminada pelo pensamento moderno, dizia-me que aquilo que não é provado cientificamente não existe. Mas — típica contradição da alma humana — não queria falar do Santo Sudário de Turim, pois as descobertas científicas sobre ele a abalavam; e se fosse obrigada a olhar o assunto de frente, teria de negar o valor da ciência ou... converter-se.

Vejamos o problema do ponto de vista desses amantes indiscriminados da ciência. Para eles, tudo aquilo que não se demonstra em laboratório entra para o domínio da fantasia. Ciências, com C maiúsculo, são para eles a Física, a Química, a Biologia, etc. Já a História lhes parece suspeita, pois é irrepetível e muito subjetiva, ao depender de testemunhas. Muito mais ainda se for história eclesiástica, e o auge do suspeito lhes parecem as histórias dos milagres. São como o Apóstolo São Tomé, que precisou ver para crer. Para esse tipo de almas incrédulas, que havia até entre os Apóstolos, Nosso Senhor realiza certo tipo de milagres, de forma que não possam alegar a falta de provas. E uma dessas provas é a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México.(1)

Breve resumo da história
Imagem miraculosa de Nossa Senhora de Guadalupe No dia 9 de dezembro de 1531, na cidade do México, Nossa Senhora apareceu ao nobre índio Quauhtlatoatzin — que havia sido batizado com o nome de Juan Diego — e pediu-lhe que dissesse ao bispo da cidade para construir uma igreja em sua honra. Juan Diego transmitiu o pedido, e o bispo exigiu alguma prova de que efetivamente a Virgem aparecera. Recebendo de Juan Diego o pedido, Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo. Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto. Muito resumidamente, esta é a história, que foi registrada em documento escrito. Se ficasse só nisso, facilmente poderiam os céticos dizer que é só história, nada há de científico.

Os problemas para eles começam com o fato de ter-se conservado o manto de Juan Diego, no qual está impressa até hoje a imagem. Esse tipo de manto, conhecido no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há muito tempo. No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível. Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original. Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em quinze anos. O manto de Guadalupe tem hoje 475 anos, portanto nada deveria restar dele.

Uma vez que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem. Comecemos pela pintura. Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura. Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos 111 elementos conhecidos. “Erro do cientista” — poderia objetar algum cético. Difícil, respondemos nós, pois o Dr. Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938.(2) Além do mais, ele não era católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.

No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam verificar se a imagem é uma fotografia. Resultou que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura. E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma. Para os céticos, outra complicação: verificaram que, ao aproximar os olhos a menos de 10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.

Convém ter em conta que ao longo dos tempos foram pintadas no manto outras figuras. Estas vão se transformando em manchas ou desaparecem. No caso delas, o material e as técnicas utilizadas são fáceis de determinar, o que não acontece com a imagem de Nossa Senhora.

Os olhos da imagem
Um olho da Imagem visto de perto Talvez o que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer as surpresas. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! O cientista José Aste Tonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos quais essas imagens não podem ser obra humana:

• Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;

• Em segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe como foi estampada no manto de Juan Diego;

• Em terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou direito da Virgem.

Esse engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas, a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio Juan Diego abrindo sua tilma e mostrando a imagem da Virgem. Qual o tamanho desta imagem? Um quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes. Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no século XVI...

Tentativa de apagar o milagre
Assim como meu conhecido não desejava falar do Santo Sudário, outros não querem ouvir falar dessa imagem, que representa para eles problemas insolúveis. O anarquista espanhol Luciano Perez era um desses, e no dia 14 de novembro de 1921 colocou ao lado da imagem um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano algum.

E ainda ela está hoje ali, no templo construído em sua honra, assim como uma vez esteve Nosso Senhor diante do Apóstolo São Tomé e lhe ordenou colocar sua mão no costado aberto pela lança. São Tomé colocou a mão e, verificada a realidade, honestamente acreditou na Ressurreição. Terão essa mesma honestidade intelectual os incrédulos de hoje? Não sei, porque assim como não há pior cego do que o que não quer ver, não há pior ateu do que o que não deseja acreditar. Mas, como católicos, devemos rezar também por esse tipo de pessoas, pedindo a Nossa Senhora de Guadalupe que lhes dê a graça de serem honestas consigo mesmas.

publicado por Fermento às 15:36

Dezembro 08 2011
O
olhar de Maria é o olhar de Deus
sobre cada um de nós. Ela olha-nos com o mesmo amor do Pai e abençoa-nos.
Comporta - se como nosso advogado.

Mesmo se todos falassem mal de nós, ela, a Mãe diria
bem, porque o seu coração imaculado está sintonizado com a misericórdia de Deus.
É assim que ela vê a Cidade: não como um aglomerado anónimo, mas como uma
constelação onde Deus conhece a todos pessoalmente por nome, um a um, e nos
chama a resplandecer da sua luz.
(Bento XVI
durante o acto de veneração à Imaculada Conceição na Praça de Espanha em Roma n
a 8 de Dezembro de 2010)
publicado por Fermento às 09:26

Dezembro 08 2011

“Não se trata de encontrar uma nova táctica para relançar
a Igreja. Trata-se, isso sim, de
depor tudo aquilo que seja
apenas táctica, procurando a plena sinceridade, que não descura nem reprime nada
da verdade do nosso hoje, mas realiza a fé plenamente no hoje vivendo-a precisa
e totalmente na sobriedade do hoje, levando-a à sua plena identidade, tirando
dela aquilo que só na aparência é fé, quando na verdade não passa de convenções
e hábitos nossos.”



(Bento XVI em
25-IX-2011)

publicado por Fermento às 09:20

Dezembro 05 2011

 Que o nosso coração seja sempre o de uma criança a rezar «Ensinar alguém, para o trazer à fé, [...] é dever de todo o pregador e, mesmo, de todo o crente» (Summa theologiae, 3 q. 71, a. 4, ad 3 – S. Tomás de Aquino) Elemento fundamental, tão ou mais importante que o pão para a boca, “O homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4, 4). Quando rezamos o Pai Nosso e dizemos ‘o pão nosso de cada dia nos dai hoje’, incluamos como parte desse pão, a fé que já temos dentro de nós, para que a sentíamos aumentada a cada dia que passa, diria mesmo, a cada micro segundo da nossa vida.

publicado por Fermento às 11:18

Dezembro 01 2011

 

Jesus
disse-lhe: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo a teu entendimento.

«Este é o maior e o primeiro
mandamento

«O segundo é semelhante a
este:

«Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo.»
(Mt 22,
37-39)


O seropositivo em VIH/HIV é
entre nós como um diabético, ou qualquer outro doente crónico, pois tem, e
graças a Deus que o tem, acesso às denominadas terapias
anti-retrovirais.


Infelizmente o mesmo não se pode dizer em relação às dezenas
de milhões, sobretudo na África subsariana, que residem em países pobres, aí a
sua condição passa de doentes crónicos, a condenados, primeiro à exclusão e
depois à morte.
publicado por Fermento às 18:50

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